Que o outono que lhe abraça no seu último suspiro, tenha lhe oferecido grãos de milho como alimento, para o cuscuz nosso de cada dia, e tenha lhe soprado que o outro, ali bem perto, ao seu lado, espera que partilhe esse pão. Que seja benevolente por sabedoria da alma e da sua ancestralidade. Que abrace seus sonhos solidários, como o Cristo o teria feito, oferecendo abrigo para a família sem fortuna, sem justiça, sem compaixão.
Que a presença de Junho e da sua alegria nordestina, também lhe faça sorrir, debruçada sobre uma série de afazeres que permitem a sua sobrevivência, a sua dignidade, o seu empoderamento. Que a terra, molhada, esteja acolhedora, e permita-lhe sempre estar carregada de flores e de perfume de alecrim; que a sua historia seja escrita de forma misteriosa, bela e carregada de amor.
Que não esqueça que sua pele tem espinhos e espadas, como a mata da caatinga, e que poderá usá-los contra quem te deseje o mal ou te lance um olhar de inveja.
Louvados sejam os teus protetores, sempre.


